Notícias

Bitcoin pode demorar a chegar aos US$ 120 mil, mesmo com dólar fraco

A recente movimentação do dólar traz algumas perguntas no ar, especialmente para os investidores de Bitcoin. A verdade é que mesmo com o dólar se enfraquecendo, isso pode não ser o suficiente para o Bitcoin retomar os US$ 120 mil. Vamos entender melhor como isso impacta o mercado e o que podemos esperar.

O Bitcoin (BTC) costuma ter uma relação inversa com o Índice do Dólar Americano (DXY), que mede a força do dólar em comparação com outras moedas. Nesse sentido, quando o dólar sobe, o Bitcoin tende a cair e vice-versa. Recentemente, o preço do Bitcoin caiu para menos de US$ 114.000, enquanto o DXY alcançava sua maior marca em dois meses. Agora, os traders estão atentos para ver se o Bitcoin consegue passar novamente dos US$ 120.000, principalmente com os sinais de que o dólar pode estar perdendo força.

Na quarta-feira, o DXY caiu para 98,5, após não conseguir recuperar a barreira dos 100 pontos. Este movimento foi influenciado por um relatório de empregos dos EUA que apontou um desempenho abaixo do esperado para julho. Como resultado, os investidores começaram a apostar que o Federal Reserve poderia reduzir as taxas de juros, o que diminui a atratividade do dólar.

Além disso, o aumento das tarifas de importação impostas pelos EUA a vários parceiros comerciais deixa os analistas em alerta. O temor é que isso possa resultar em preços mais altos no mercado interno e impactar ainda mais a política econômica.

Dólar fraco e os limites do Bitcoin

Um dólar mais fraco poderia dar um respiro a preços do Bitcoin, mas essa relação é delicada. Se o cenário econômico global continuar incerto, como uma possível recessão, os investidores podem se tornar mais cautelosos e menos dispostos a apostar em ativos de risco, incluindo criptomoedas.

Por exemplo, entre junho e setembro de 2024, o DXY viu uma queda de 106 para 101, mas o Bitcoin não conseguiu se manter acima de US$ 67.000 em várias tentativas, caindo para US$ 53.000 no início de setembro. Isso mostra que mesmo com o dólar mais fraco, fatores como a percepção de risco no mercado podem influenciar os preços.

Uma ferramenta utilizada pelos analistas para medir o sentimento do mercado é o acompanhamento do spread ajustado para opções de alto rendimento do ICE BofA. Esse indicador reflete o prêmio que os investidores exigem ao manter títulos corporativos de menor qualidade em comparação com ativos mais seguros. Um spread mais alto sinaliza mais cautela entre os investidores, enquanto valores mais baixos indicam uma disposição maior para assumir riscos.

Recentemente, o spread teve um auge em agosto e setembro de 2024, alinhando-se com a queda do Bitcoin. A boa notícia é que esse spread caiu para 2,85 no final de julho de 2025, após ter alcançado 4,60 em abril. Essa mudança apontou que um clima mais otimista pode ajudar a sustentar investimentos mais arriscados.

Impacto dos custos de financiamento no Bitcoin

Se o spread ajustado para opções de alto rendimento do ICE BofA continuar a subir, traders podem optar por alocar recursos em títulos do Tesouro de curto prazo ou em investimentos no exterior, o que também pode pressionar o dólar para baixo. Atualmente, o spread está próximo de 3, perto da média de 200 dias, indicando um equilíbrio entre otimismo e pessimismo no mercado.

No momento, é difícil afirmar que a recente queda do DXY seja um sinal claro de que o Bitcoin voltará a alcançar os US$ 120.000 em breve. As incertezas nas condições do mercado de trabalho americano, além das tensões nas relações comerciais globais – especialmente levando em conta a dependência do setor de tecnologia de importações para o desenvolvimento de IA – ainda trazem um clima de cautela para o curto prazo.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo